terça-feira, 24 de novembro de 2009
"Sebastião Salgado é um portador do mistério da arte. O que quer dizer que sua fotografia não se descreve: sente-se. E sente-se de um modo especial, proveniente do que fez Sebastião Salgado ser reconhecido em todo o mundo, em tão poucos anos, como um fotógrafo muito especial.
Diante de sua fotografia não se pode sentir, como é usual que as fotografias provoquem, a ternura, ou a contristação, ou a culpa, ou o deleite estético. Diante da fotografia característica de Sebastião Salgado vêm-nos, em uma rajada única, a ternura e a dor e a culpa e o prazer estético. Inseparáveis e indistinguíveis, consistentes e indisfarçáveis, em uma só rajada, todos os ricos sentimentos que a pobreza emocional dos dias de hoje não foi ainda capaz de consumir e devorar.
É esta capacidade especial que faz de Sebastião Salgado, internacionalmente, o mais solicitado, o mais aclamado e o mais premiado fotógrafo da atualidade (comprovação inquestionável de tal relevância: só em 91, Nova York, capital planetária da fotografia, montou duas grandes exposições suas). A atenção especial que Sebastião Salgado desperta não vem de modernosos truques informáticos, que, de resto, nada têm a ver com a fotografia. Nem se deve aos seus temas prediletos, como supôs uma articulista do 'New Yorker'. Cheguei a estruturar um ensaio para refutar a tese irada do artigo, segundo a qual a 'retórica' de Sebastião Salgado consiste na 'exploração fácil da tragédia' como tema, no 'embelezamento' dela, para chocar o espectador de suas fotos".
Janio de Freitas
Sebastião Salgado concedeu entrevista ao Jornalista Vitor Lopes do jornal A Gazeta.
Na entrevista Salgado fala sobre seu atual projeto “Genesis”, que deve ser concluído em 2011, no qual revela sua preocupação com a natureza e a fascinante experiência de conviver com tribos primitivas em pleno século XXI.
Para os fotógrafos de plantão que gostam de uma boa discussão, Salgado declara: ”Eu reaprendi a fotografia. A digital me facilitou a vida. Estou usando uma Canon EOS-1Ds Mark III, que é fabulosa.”
Acompanhe o trecho onde Sebastião Salgado fala de fotografia digital:
Você disse que algumas etapas do "Genesis" vão para a internet. Como você lida com esse ambiente?
É complicado para mim. Te juro. Voltando desde a base... Faz um ano que eu fotografo com câmera digital... Até então era com negativo. Agora, minha imagem passa a ser um conceito, que está ali dentro transformado em ondas magnéticas. Eu tenho um telefone novo com internet. Eu fui mexendo, fui no Google, coloquei meu nome e cliquei em imagens. Minhas fotos entraram dentro do meu telefone. Pronto! Eu não sei fazer outra vez, mas fui brincando até chegar lá. Isso é fascinante, mas é muito difícil para uma pessoa que trabalhou sempre com um produto resultado da química, que é o filme, passar a usar um produto resultado da física.
O que fez você passar a usar tecnologia digital?
O mundo depois do 11 de Setembro virou um drama para os fotógrafos. Nós usávamos filmes e tínhamos os raios-x nos aeroportos. Eu vinha de Sumatra no ano passado, no mês de abril. Passamos por sete controles de aeroportos com 600 rolos de filme. Tive problemas em vários deles. Não adiantava mostrar para eles as cartas da Kodak, dos governos... Eu reaprendi a fotografia. A digital me facilitou a vida. Estou usando uma Canon EOS-1Ds Mark III, que é fabulosa.
É um susto para muita gente ver você falando que a digital é melhor...
É melhor mesmo. Os químicos não existem mais. Tive que fazer os bons químicos até um ano e pouco atrás. Para conseguirmos papel para as cópias de leitura, tínhamos que trazer de Tóquio! Os filmes foram caindo de qualidade. E a qualidade que eu tinha em um 35mm anos atrás eu não tenho mais no médio formato agora.
Com a popularização das digitais, mudou a relação da sociedade com a imagem?
Nada. Absolutamente nada. O número de fotógrafos não aumentou, não melhorou e não piorou. Você só mudou a base, exclusivamente a base. O problema é de sensibilidade e identificação com a profissão, de saber se é fotógrafo ou não.
A câmera digital altera a questão da memória?
Acho que não. A fotografia, na realidade, é a memória da sociedade. São cortes representativos, são momentos que você faz da sociedade. É a verdadeira linguagem universal. A maneira de escrever cada um tem a sua, com uma vantagem para a fotografia. Ela não precisa de tradução. É realmente uma linguagem fabulosa.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Não é fotógrafo, não é câmera...é Photoshop!
Manipulação da imagem:
Retoques suaves:
Existem diversos programas para a edição de imagens sendo o mais famoso deles o Photoshop!
Outro programa muito popular e gratuito chama-se Gimp e está disponível para download em:
http://www.baixaki.com.br/download/the-gimp.htm
Podemos ainda usar editores on-line:
Picnik: http://www.picnik.com/
"Photoshop: use com moderação"
Fotos: Rinaldo Morelli
Ética digital.
1. Qual a diferença entre "retoque" e "manipulação" digital?
2. Quais as consequências da utilização de editores de imagens, pelos meios publicitários e jornalísticos, na vida dos espectadores?
A revista Veja de outubro de 2009, publicou um artigo sobre a intenção do governo francês de exigir que as imagens digitalmente alteradas venham com uma advertência ao espectador.
Ler o artigo no site da revista:
http://veja.abril.com.br/211009/ditadura-photoshop-p-108.shtml
História da Fotografia Digital
Vantagens e desvantagens do daguerreótipo
É importante salientar as qualidade excepcionais de imagem quanto à nitidez mas existiam outros inconvenientes. O primeiro ainda era o tempo de exposição necessário para o registro, permitindo agora realizar imagens de pessoas e não mais só de paisagens, mas que ainda necessitava de pelo menos dois ou três minutos de imobilidade total, o que obrigava o modelo a sentar em cadeiras com apoio para o pescoço.
Por mais que a imagem acima pareça com um instrumento de tortura, era apenas um acessório para manter o modelo estável durante o registro.
O segundo, e talvez o pior dos problemas do daguerreótipo, era sua total incapacidade de reprodução múltipla. Um daguerreótipo era apenas uma placa de cobre emulsionada que, uma vez revelada, tornava-se visível num meio opaco, ou seja, não havia meios de copiá-la.
Breve História da Fotografia